Cleve Backster e a Biocomunicação

A primeira vez que soube sobre Cleve Backster foi no livro Signos Estelares de Linda Goldman e fiquei tão impressionado com o que li que resolvi importar seu livro Primary Perception – Biocommunication with plants, living foods and human cells. Mais tarde voltei a encontrar menção a seus trabalhos em A vida secreta das plantas.

Backster foi um pesquisador que trabalhou, na Marinha americana com polígrafos, equipamentos utilizados para detecção de mentiras, cuja técnica básica era colocação de eletrodos em contato com a pele de uma pessoa e através de milivoltímetros, detectar a reação galvânica da pele as perguntas feitas para a pessoa. Mais tarde criou sua propria empresa onde pode fazer experiencias proprias.

Ele resolveu testar o equipamento conectando-o a um filodendro – planta da família das Dracaena – e não tinha qualquer alteração na carta de registro do polígrafo. Então estava fora do laboratório, quando teve a idéia de colocar fogo em uma das folhas da planta. Ao retornar ao laboratório, viu que a carta indicava alteração coincidente com o momento em que pensara em atear fogo a suas folhas. Isto ocorreu em 02 de fevereiro de 1966 e colocou Backster em um caminho de pesquisa surpreendente.

Backster testou também esta capacidade de biocomunicação com ovos, lactobacilos e glóbulos brancos.Todos tinham a capacidade de perceber alterações do ambiente, alterações com semelhantes e também com outros seres vivos de espécie diferente da que estava sendo monitorada.

Ele também descobriu algo básico neste tipo de pesquisa. Se observasse o fenômeno muito de perto, poderia já estar afetando o resultado. Uma vez que permitisse que a sua consciência interagisse na observação, ou em um experimento, ele já estaria alterando seus resultados. Uma propriedade de sistemas quânticos, por natureza.

O único meio de obter sucesso para eliminar interferência era automatizar totalmente o experimento, com experimentos cuidadosamente preparados.

Em 1972, o cientista soviético V.N.Pushkin, doutor em Ciências Psicológicas, em um artigo popular chamado “Flower Recall” [ O retorno das flores]  descrevia a bem–sucedida replicação das experiências de Backster. Sua equipe de pesquisa também escolheu seus objetos de pesquisa cuidadosamente, usando hipnose para sintonizar uma pessoa sentada a um metro de distancia de um vaso de gerânio conectado a um eletrocardiógrafo. Eles eram capazes de captar reações da planta cada vez que a pessoa era emocionalmente estimulada usando sugestão hipnótica.

Em seu artigo de 1972, ele postulava: “RNA, acido ribonucléico, põe junta informação com um código genético especial e passa-o adiante para síntese pelas moléculas albuminosas. Pesquisas contemporâneas em citologia e genética sustentam o testemunho do fato de que cada célula viva tem um trabalho extremamente complicado de informação”. Ele mais adiante especulava, em vista da teoria da evolução, que as células nervosas animais teriam se formado a partir de células de plantas. “Com base nisto, pode-se concluir que a base informacional para o comportamento de animais aflorou de uma base informacional das células vegetais. Assim parece que a psique do homem, embora mais complexa que possa ser, nossa percepção, pensamento, memória, tudo é apenas uma especialização daquela base informacional que tem lugar ao nível da célula vegetal” . E das suas descobertas ele conclui: “ A psique existe, parece, em células vivas desprovido de um sistema nervoso. Uma coisa é certa, pesquisa no contato da planta com o homem pode projetar luz em alguns dos mais urgentes problemas na psicologia contemporânea”

Backster após inúmeros testes com o polígrafo (GSR) resolveu testar com outros instrumentos mais sensíveis. Assim adquiriu um eletrocardiógrafo (EKG) e eletroencefalógrafo (EEG). Os circuitos destes instrumentos tem a vantagem sobre o circuito do GSR de que não precisam passar corrente elétrica pelos eletrodos. Neles, simplesmente são amplificados os impulsos elétricos originados pelo material biológico em analise/monitoração. O circuito EEG é 10 vezes mais sensível que o EKG e é usado para amplificar e mostrar reações mais sutis.

Ao colocar o EKG em um ovo de galinha, Backster verificou que ele apresentava uma pulsação semelhante a do coração humano. Esta observação não tem ligação direta com o assunto de biocomunicação que ele estava pesquisando, mas demonstra que o ovo, mesmo não estando fecundado, tinha uma pulsação cíclica o que demonstrava uma atividade biológica, vida enfim.

Em um dos experimentos, um ovo estava conectado ao instrumento EKG e Sam, o gato de Backster, estava passando quando ele subitamente o pegou, assustando-o. O registro do EKG acusou uma alteração. O prédio estava vazio e não tinha mais ninguém no laboratório.

Em outra oportunidade, ele estava com um ovo ligado ao aparelho e resolveu pegar dois ovos para cozinhá-los. O ovo conectado reagiu a colocação dos outros dois na panela.

Para ser mais científico, Backster desenvolveu um sistema automático para colocar 10 ovos na panela em intervalos pré-determinados. Ao final da experiência ele verificou que apenas haviam registros do primeiro ovo, e nenhum registro dos demais. Ele formulou a hipótese de que ao pressentir que os demais ovos teriam o mesmo sofrimento do primeiro, os demais, ou o ovo conectado, “desmaiaram”, colocando-se assim numa posição defensiva.

Depois ele refez o experimento e aumentou o intervalo de liberação dos ovos para a panela, usando um tempo de 20 minutos que ele descobriu ser adequado para que os ovos, e outras formas de vida, se recuperassem do “impacto emocional”.

Backster usou inúmeros ovos e passou a marcá-los para identificação. Certa vez ele estava com uma violeta africana conectada ao circuito EEG, e decidiu pegar o ovo #59 para quebra-lo no curso de suas experiências. Imediatamente o registrador marcou alterações no EEG. Ele não teve qualquer emoção ao decidir pegar o ovo e tampouco tocou no ovo. Apenas pensou. Quando ele quebrou o ovo efetivamente, nenhuma alteração ocorreu na carta de registro. Novamente, este ovo pareceu ficar insensível. A propósito, depois desta única participação nas experiências esta violeta africana não floresceu novamente por mais de 2 anos.

Nas filosofias Orientais, há freqüentes referencias a uma “unidade”, envolvendo a capacidade de comunicação entre quase todas as coisas vivas.

Em 30 de junho de 1980, Steve White, um auxiliar de Backster, coletou seus próprios leucócitos orais para uma monitoração. De alguma forma começaram a falar sobre um artigo na revista Playboy, uma entrevista com William Shockley, um cientista que estava sendo um tanto controverso na época. Backster foi a sala de seu sócio e pegou a revista e trouxe para Steve. Ele já havia terminado o procedimento e tinha colocado suas próprias células nos eletrodos.

Enquanto ele folheava a revista para achar a entrevista, ele encontrou a foto de Bo Dereck – a mulher nota 10- nua de corpo inteiro. Embora ele tenha dito alto que “ Eu não acho que ela seja 10” , seus glóbulos brancos mostraram uma reação em toda a extensão da escala alcançando os limites máximos e mínimos da carta do registrador.

Após 2 minutos de reação contínua, Backster sugeriu que ele fechasse a revista. Quando Steve fechou a revista suas células nos eletrodos se acalmaram como se ele tivesse tentando um processo de desassociação mental.

Mas uma demonstração mais fascinante do fenômeno a longa distancia ocorreu quando Brian O´Leary foi embora do laboratório para o aeroporto de San Diego para seu vôo para Phoenix, Arizona, umas 300 milhas de distancia. Ele deixara seus glóbulos brancos nos eletrodos, e assim continuavam. Pesquisas anteriores haviam nos mostrado que os leucócitos in vitro ocasionalmente permaneciam ativos por mais 10 a 12 horas.

Já haviam combinado que ele manteria um registro acurado de eventos que poderiam lhe causar ansiedade momentânea. Isto incluiu perder um acesso na rodovia quando retornando seu carro alugado ao aeroporto, quase perder seu vôo por causa da longa fila no balcão de passagens, a decolagem e aterrissagem em Phoenix, a falha de seu filho em pegá-lo no aeroporto no horário combinado, e outros. Mais tarde quando foram comparados os registros na carta e os eventos registrados por Brian, houve uma boa correlação entre as reações registradas e quase todas as ansiedades percebidas. Esta carta tornou-se muito quieta depois de seu retorno a casa e recolhimento à noite. Brian descreveu sua visita ao laboratório de Backster e suas reações a toda esta experiência em seu livro entitulado Exploring Inner and Outer Space.

O aviso mais importante de Backster para aqueles que desejarem experimentar observações semelhantes do seu trabalho são relativas a necessidade de espontaneidade.

Utilizando instrumentação de registro apropriada e estabelecendo um procedimento de registro em áudio ou vídeo, sincronizado com os registros nas cartas, o sucesso pode ser alcançado. Para garantir a espontaneidade, é imperativo que o pesquisador não foque em registros em “tempo real”. Durante estes anos que se passaram, dúzias de cientistas tem sido capazes de estudar a correlação entre eventos espontâneos ocorrendo no ambiente imediato e os traçados produzidos pelo material vivo sendo monitorado. A capacidade de biocomunicação sugerida tem sido difícil de não ser reconhecida.

Embora tais atrasos nas correlações de observações não sejam atualmente aceitáveis como um substituto para o método cientifico de “replicação” requerido, ele tem permitido a evolução básica na consciência pessoal para muitos daqueles envolvidos.

Após inúmeras tentativas para projetar um experimento repetitivo, a fraqueza desta abordagem tradicional tornou-se incrívelmente evidente. Uma vez que tal fenômeno de biocomunicação pode ser um promissor componente da pesquisa sobre a consciência, sua potencial importância é significativa. Se tal fenômeno requer espontaneidade, um conflito básico existe com relação a acumulação de dados científicos tradicionais requerendo repetição do mesmo evento.

Também único , mas importante quando pesquisando consciência, é a possível contaminação dos resultados do experimento pela intenção consciente do pesquisador sendo comunicada ao material biológico em teste. Muito do trabalho de Backster sugere que isto é uma forte possibilidade.

Examinando os requisitos delineados pela versão corrente do “método cientifico”, ocorreu-lhe que outro requerimento aparece como consistentemente ignorado por muitos respeitáveis cientistas. Isto se refere a uma insaciável curiosidade do pesquisador para perseguir “ocorrências misteriosas” em algum grau de determinação. Backster tem trabalhado com ocorrências de biocomunicação, ainda chamadas pelos cientistas tradicionais como sendo “misteriosas”, pelos últimos 34 anos. Durante este período muitos protetores do corpo corrente do conhecimento científico tem escolhido ignorar centenas de observações espontâneas de biocomunicação de alta qualidade porque nenhum único evento pode ser feito ocorrer repetidamente de forma a coletar dados “significativos”.

Se nós vamos fazer progressos na pesquisa da consciência, pareceria que uma modificação do requerimento de “repetibilidade” deveria ser uma justa troca para os líderes envolvidos nas disciplinas científicas para aderir a todos os aspectos do “método científico”. Para alcançar isto seria necessário tempo e esforço no sentido de resolver este moroso “mistério” da biocomunicação. Backster escreveu : Tendo passado meu septuagésimo-sexto aniversario, minhas únicas contribuições remanescentes envolverão a manutenção de meu laboratório e minha fundação de pesquisa sem fins lucrativos, publicação de um livro (em gestação), dizendo aos outros como facilmente observar  o fenômeno da “ percepção primaria” e permitindo a outros a irem mais longe neste assunto da repetibilidade- o obstáculo de uma revolução científica na consciência.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Próximo Capítulo:
Uma mulher de 30 anos, excelente desportista, exercia sem problemas…